domingo, dezembro 21, 2008

Lembranças de felicidade

Ps1.: Não consegui pôr somente a
música, mas coloco aqui o vídeo.
Leiam o texto ouvindo a canção, tá ok? Enjoy!
Ps2.: Imagem do filme Meu Primeiro Amor

Lembranças de felicidade

E eu estava lembrando das coisinhas bonitas… Daquelas que tocam um fundo musical em nossa memória… Ah… Era tudo perfeito…

Lembra da escola? Eu lembro do jardim 1 e do jardim 2, isso foi em 93 ou 94, não sei ao certo. Era tão gostoso!! No jardim 2 eu tinha 4 anos. Dizia que tinha sido o melhor ano de minha vida. Eu lembro das nossas brincadeiras, das mesinhas pequenas e das cadeirinhas que setávamos. Eram verdes. Pequenas, mas tão grandes também para nossa idade. Não sabíamos que o Brasil estava mudando de moeda, ou que Collor tinha renunciado. Nada sabíamos de uma ditadura que tinha acabado. Só queriamos brincar. Brincar era só o que sabíamos.

Tia Janicleide, Tia Neudjane. Creio que foram a do jardim 1. Era tão bom… Sabe, as professoras nos diziam a nós meninos que havia uma bomba no banheiro das meninas, e se nos aproximássemos ela explodiria… A mesma coisa diziam às meninas no dos meninos. Era bem assustador. Na minha imaginação podia ver a porta do banheiro voando e meus amigos chorando.

“Piuí, tá-tá-tá; piuí, tá-tá-tá; piuí, tá-tá-tá… Não precisa empurrar…” Era assim que saíamos para o recreio, em fila, o trenzinho ia cruzando pernas gigantes e enormes de alunos de no máximo 12 ou 13 anos, mas que para nós eram grandes adultos.

“Rei, ladrão, polícia, capitão…” Esse é o fragmento de outra música que lembro. Ela adivinhava com quem você iria se casar. Lembro nitidamente de ter brincado uma vez e ter descoberto que ia me casar com uma “capitã”, outra vez com uma “ladrona”.

E as brincadeiras? Uma vez nosso colega estava com problemas de saúde, respiratórios. Lembro que nós brincamos na areia e fez poeira, daí a professora nos pôs para dentro da sala novamente. Outra vez brincávamos de esconde-esconde. Eu me achavao maioral da turma só porque tinha treinado em casa e conseguia contar até cem. E eu sempre ficava pra procurar, só pra dizer que sabia contar até cem.

Era bom… Que saudade que tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais… Eu tinha muitos sonhos. Eram três principais, me lembro bem… Um era ser cantor, outro ser cientista, o outro não estou muito certo… Mas sei que existia, eu sabia sonhar. Foi algo que se perdeu através do tempo. Houve momentos que eles não existiam mais. Hoje voltam ao lar. Não mais ser cantor ou cientista, mas ser feliz, ser gente…

Quando penso em um dia ter família, ou de um dia terminar a faculdade e ir lecionar, ou de um dia ter um carro popular, sair com minha esposa e filhos ao parque, onde estarão outras crianças e amigos de longa data que reveremos, quando penso nisso sinto em mim a verdade de ser menino de novo. Não de ser rapaz, garoto, mas menino. Menino mesmo. Aquele que se arranha subindo em árvore, que se rala no chão com uma queda de bicicleta, que sonha ser seu herói predileto.

Sendo assim, idiota, visionário, bobo, “bobo alegre”, esquizofrênico até… não, não sou nada disso baby, sou um menino. Apenas um menino que fez a escolha de não crescer, de não crescer como os adultos fizeram. Eles se tornaram tristes. Esse menino quer sempre ser feliz. E ele o será. Creia nisso honey! Crê que sou uma pessoa, crê que sou menino. Você também pode. Vamos correr e andar de bicicleta pelos campos!! Depois podemos brincar com o cachorro, sujar a roupa… Então subir em árvores!! Que tal?? Ficaria muito feliz em partilhar aquelas tardes infindas com alguém. Vamos brincar??
Emmanuel Poësis
21/12/2008




“Nunca, Nunca, Nunca deixe alguém te dizer que aquilo que você
acredita é babaquice, que de repente o teu sonho não vai dar certo...”
(r. Russo)

5 comentários:

Anônimo disse...

Emmanuel,

Nossa! Você me fez lembrar de coisas que eu achava já ter esquecido.

Engraçado que quando pequena eu não queria crescer. Algo do tipo Síndrome de Peter Pan, só que precoce. Minha Ídishe Mame lembra-se muito bem disso. Alguma coisa me dizia que era mais vantajoso ser criança.

É interessante como a vida nos leva por caminhos que nem imaginamos. Quando criança meu sonho era ser professora. Na pré-adolescência via constantemente os professores reclamando tanto que desisti da idéia. Na época da faculdade comecei a dar aulas para complementar minha renda e acabei me redescobrindo profissionalmente dentro de uma sala de aula. Hoje posso dizer que um dos meus sonhos de infância se realizou.

Sendo assim, não se surpreenda se a vida te levar para um palco ou para um laboratório. kkk

Grande beijo!

NeO R. disse...

Que tenhamos essa sindrome Paula, seria divino e perfeito que não envelhecêssemos por dentro...

Lita Figueiredo disse...

Que texto lindo, Emmanuel!!! Lembra-me o livro "O Pequeno Príncipe" onde Exupery diz: "Só se é feliz na infância"... Continue assim, amigo... não deixe esse menino escapar de vc. Tenho uma poesia, quem sabe um dia tenho coragem de postá-la em algum lugar, que termina com os seguintes versos: "Quem perde o menino na vida;
Perde o gosto de sorrir...
AMEI, AMIGO! BEIJOS!!!

NeO R. disse...

Lita, Lita...

Bom te ver por aqui sabia?? E que bom q tenhas gostado tanto assim!

=]

Ruty disse...

Olá!
Creio que não nos conhecemos. Vi um comentário seu no Blog de Edson e cliquei no link para o perfil...
Muito, muito, muito bom os seus textos!
Parabéns...
Se vc quiser, dá uma olhadinha em meu blog http://falandodosoutros.blogspot.com/
xeru e sucesso!