segunda-feira, dezembro 22, 2008

Ser homem ou ser macho???




“Quero ver se é homem”, “diz que é homem”, “se não fizer isso, não é homem”, “tá parecendo um boiola”.


Desde fedelho, o homem perde décadas de sua vida comprovando sua masculinidade. Com os amigos da escola, dentro de casa, na rua com as meninas, na fase adulta com as mulheres e os amigos do trago.


Ele é testado todo momento. Na balada ou no churrasco. Na rua ou no estádio. Ser homem não é natural, é um condicionamento. Um exame infindável de testosterona intelectual. Uma provação incessante, que se inicia nas brigas infantis e não termina com a morte.


Quem já não teve uma mulher em sua história que gritou: “Você não é homem!”? Só para irmos lá e arrancarmos um beijo na boca. Não é triste ser submetido a um concurso público da própria condição?


Observe uma roda de amigos num bar. Haverá provocações de quem é mais macho no grupo. Piadas involuntárias, sempre colocando em dúvida a conduta sexual. Colegas se ofendem como uma forma de amizade.


É uma armadilha. Como o homem pode exercitar sua sensibilidade, obrigado a reiterar seu sexo eternamente? Ele passa maior parte de seus dias se defendendo. Confunde camaradagem com redundância. O que o transforma num IDIOTA, pois se repete e repete sem parar as insinuações coletivas. Como é possível manter as mesmas refregas do jardim de infância à universidade? O homem não ousa, não investe, não contraria o perfil pré-estabelecido para descobrir o que gosta e contar como gosta.


Dói ser homem, é cansativo ser homem. Sim, os homens têm facilidades: mijar de pé. Falei facilidades, retiro, o homem tem uma facilidade: mijar de pé. Ele é adestrado para ser influenciável e sofrer com as comparações. Será comparado ao pai, aos colegas, aos ex-namorados, aos sogros, aos filhos, aos ex-maridos, e, ultimamente, aos cachorros.


Ele não se regra pela intuição, ele se situa pelos outros. Batendo nos ombros, nas costas, exercendo os cumprimentos aos empurrões, ameaçando com indiretas e fiscalizando quem demonstra sair da linha. Homem vive denunciando seus iguais para não revelar seus segredos.


Homem é delator. Homem nunca está em si de tanto que espia e controla seus vizinhos.
Na escola, as conversas apenas giravam em peitos, bundas e buceta. JURO. Eu nem tinha condições de comentar alguma coisa. Minha experiência era quase nula. Avaliando bem, era nula. Das páginas médicas da Barsa. Mas era formado a tratar a trinca erótica com vulgaridade. Caso não soltasse um palavrão, não seria aceito.


Ser aceito e se aceitar são coisas bem diferentes. Na infância, meus amigos ou se reuniam para o futebol ou para comentar detalhes sórdidos. Eu não tinha o que acrescentar ao assunto. Demandava um tremendo esforço para não ser localizado como marica. O segundo grau seguiu a mesma sina. Amigos chegavam a ficar debaixo da cama enquanto casal de colegas transava. Claro, com o consentimento do cara, que enrolava a menina no discurso para não identificar os penetras. Logo a menina era classificada como piranha e o comedor, herói. Com pastelina e coca-cola, narrava o que ela aprontou ou deixou de aprontar.


Os homens aceitaram sua burrice. Reforçam seus preconceitos e fobias porque é complicado alterar a virilidade adquirida pela insistência vocabular.

A noção de que todo gay é promíscuo provém de uma teoria machista, porque os homens temem no raso e no fundo os próprios gays que são. Os gays não pensam sempre em sexo (os homens pensam muito mais). Ao pensar somente em sexo, empobrecemos o sexo. O gay tem a liberdade de dizer o que sente, o homem é obrigado a sentir o que dizem e esperam dele.

Além disso, os gays são mais fiéis do que os próprios homens. Quantos casais gays demonstram uma lealdade que não se encontra num par heterossexual? Lembrei de cinco casais amigos antes de completar a frase.

Aviso: esse é o nervo. A inteligência gay deixa espaço e disponibilidade para exercitar seus gostos. Por isso, os gays são melhores amigos das mulheres, tem um temperamento mais refinado, um humor mais espirituoso, um desembaraço invejável para dançar, chorar e se alegrar.

Gay não precisa demonstrar que é gay. Mulher não precisa demonstrar que é mulher.
O homem é treinado a pensar em sexo ou a pensar que é homem. Não sobra tempo para amadurecer. Ele terá que decidir entre se exaurir e se renovar.

Minha alma não é feminina, desculpe a decepção. Como se a sensibilidade unicamente fosse elogiosa sendo feminina. Se a sensibilidade é feminina é mais. Se a sensibilidade é masculina é menos.

Homem sofre, homem geme, homem erra, homem ama escandalosamente.

Minha alma é masculina, o que me faz sensível para não provar mais nada.


© Texto, by Fabrício Carpinejar

domingo, dezembro 21, 2008

Lembranças de felicidade

Ps1.: Não consegui pôr somente a
música, mas coloco aqui o vídeo.
Leiam o texto ouvindo a canção, tá ok? Enjoy!
Ps2.: Imagem do filme Meu Primeiro Amor

Lembranças de felicidade

E eu estava lembrando das coisinhas bonitas… Daquelas que tocam um fundo musical em nossa memória… Ah… Era tudo perfeito…

Lembra da escola? Eu lembro do jardim 1 e do jardim 2, isso foi em 93 ou 94, não sei ao certo. Era tão gostoso!! No jardim 2 eu tinha 4 anos. Dizia que tinha sido o melhor ano de minha vida. Eu lembro das nossas brincadeiras, das mesinhas pequenas e das cadeirinhas que setávamos. Eram verdes. Pequenas, mas tão grandes também para nossa idade. Não sabíamos que o Brasil estava mudando de moeda, ou que Collor tinha renunciado. Nada sabíamos de uma ditadura que tinha acabado. Só queriamos brincar. Brincar era só o que sabíamos.

Tia Janicleide, Tia Neudjane. Creio que foram a do jardim 1. Era tão bom… Sabe, as professoras nos diziam a nós meninos que havia uma bomba no banheiro das meninas, e se nos aproximássemos ela explodiria… A mesma coisa diziam às meninas no dos meninos. Era bem assustador. Na minha imaginação podia ver a porta do banheiro voando e meus amigos chorando.

“Piuí, tá-tá-tá; piuí, tá-tá-tá; piuí, tá-tá-tá… Não precisa empurrar…” Era assim que saíamos para o recreio, em fila, o trenzinho ia cruzando pernas gigantes e enormes de alunos de no máximo 12 ou 13 anos, mas que para nós eram grandes adultos.

“Rei, ladrão, polícia, capitão…” Esse é o fragmento de outra música que lembro. Ela adivinhava com quem você iria se casar. Lembro nitidamente de ter brincado uma vez e ter descoberto que ia me casar com uma “capitã”, outra vez com uma “ladrona”.

E as brincadeiras? Uma vez nosso colega estava com problemas de saúde, respiratórios. Lembro que nós brincamos na areia e fez poeira, daí a professora nos pôs para dentro da sala novamente. Outra vez brincávamos de esconde-esconde. Eu me achavao maioral da turma só porque tinha treinado em casa e conseguia contar até cem. E eu sempre ficava pra procurar, só pra dizer que sabia contar até cem.

Era bom… Que saudade que tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais… Eu tinha muitos sonhos. Eram três principais, me lembro bem… Um era ser cantor, outro ser cientista, o outro não estou muito certo… Mas sei que existia, eu sabia sonhar. Foi algo que se perdeu através do tempo. Houve momentos que eles não existiam mais. Hoje voltam ao lar. Não mais ser cantor ou cientista, mas ser feliz, ser gente…

Quando penso em um dia ter família, ou de um dia terminar a faculdade e ir lecionar, ou de um dia ter um carro popular, sair com minha esposa e filhos ao parque, onde estarão outras crianças e amigos de longa data que reveremos, quando penso nisso sinto em mim a verdade de ser menino de novo. Não de ser rapaz, garoto, mas menino. Menino mesmo. Aquele que se arranha subindo em árvore, que se rala no chão com uma queda de bicicleta, que sonha ser seu herói predileto.

Sendo assim, idiota, visionário, bobo, “bobo alegre”, esquizofrênico até… não, não sou nada disso baby, sou um menino. Apenas um menino que fez a escolha de não crescer, de não crescer como os adultos fizeram. Eles se tornaram tristes. Esse menino quer sempre ser feliz. E ele o será. Creia nisso honey! Crê que sou uma pessoa, crê que sou menino. Você também pode. Vamos correr e andar de bicicleta pelos campos!! Depois podemos brincar com o cachorro, sujar a roupa… Então subir em árvores!! Que tal?? Ficaria muito feliz em partilhar aquelas tardes infindas com alguém. Vamos brincar??
Emmanuel Poësis
21/12/2008




“Nunca, Nunca, Nunca deixe alguém te dizer que aquilo que você
acredita é babaquice, que de repente o teu sonho não vai dar certo...”
(r. Russo)

O soldadinho de chumbo


O soldadinho de chumbo






(Hans Christian Andersen)

Numa loja de brinquedos havia uma caixa de papelão com vinte e cinco soldadinhos de chumbo, todos iguaizinhos, pois haviam sido feitos com o mesmo molde. Apenas um deles era perneta: como fora o último a ser fundido, faltou chumbo para completar a outra perna. Mas o soldadinho perneta logo aprendeu a ficar em pé sobre a única perna e não fazia feio ao lado dos irmãos.Esses soldadinhos de chumbo eram muito bonitos e elegantes, cada qual com seu fuzil ao ombro, a túnica escarlate, calça azul e uma bela pluma no chapéu. Além disso, tinham feições de soldados corajosos e cumpridores do dever.Os valorosos soldadinhos de chumbo aguardavam o momento em que passariam a pertencer a algum menino.Chegou o dia em que a caixa foi dada de presente de aniversário a um garoto. Foi o presente de que ele mais gostou: — Que lindos soldadinhos! — exclamou maravilhado. E os colocou enfileirados sobre a mesa, ao lado dos outros brinquedos. O soldadinho de uma perna só era o último da fileira. Ao lado do pelotão de chumbo se erguia um lindo castelo de papelão, um bosque de árvores verdinhas e, em frente, havia um pequeno lago feito de um pedaço de espelho. A maior beleza, porém, era uma jovem que estava em pé na porta do castelo. Ela também era de papel, mas vestia uma saia de tule bem franzida e uma blusa bem justa. Seu lindo rostinho era emoldurado por longos cabelos negros, presos por uma tiara enfeitada com uma pequenina pedra azul. A atraente jovem era uma bailarina, por isso mantinha os braços erguidos em arco sobre a cabeça. Com uma das pernas dobrada para trás, tão dobrada, mas tão dobrada, que acabava escondida pela saia de tule. O soldadinho a olhou longamente e logo se apaixonou, e pensando que, tal como ele, aquela jovem tão linda tivesse uma perna só. “Mas é claro que ela não vai me querer para marido”, pensou entristecido o soldadinho, suspirando. “Tão elegante, tão bonita… Deve ser uma princesa. E eu? Nem cabo sou, vivo numa caixa de papelão, junto com meus vinte e quatro irmãos”. À noite, antes de deitar, o menino guardou os soldadinhos na caixa, mas não percebeu que aquele de uma perna só caíra atrás de uma grande cigarreira. Quando os ponteiros do relógio marcaram meia-noite, todos os brinquedos se animaram e começaram a aprontar mil e uma. Uma enorme bagunça! As bonecas organizaram um baile, enquanto o giz da lousa desenhava bonequinhos nas paredes. Os soldadinhos de chumbo, fechados na caixa, golpeavam a tampa para sair e participar da festa, mas continuavam prisioneiros. Mas o soldadinho de uma perna só e a bailarina não saíram do lugar em que haviam sido colocados.
Ele não conseguia parar de olhar aquela maravilhosa criatura. Queria ao menos tentar conhecê-la, para ficarem amigos. De repente, se ergueu da cigarreira um homenzinho muito mal-encarado. Era um gênio ruim, que só vivia pensando em maldades. Assim que ele apareceu, todos os brinquedos pararam amedrontados, pois já sabiam de quem se tratava. O geniozinho olhou a sua volta e viu o soldadinho, deitado atrás da cigarreira. — Ei, você aí, por que não está na caixa, com seus irmãos? — gritou o monstrinho. Fingindo não escutar, o soldadinho continuou imóvel, sem desviar os olhos da bailarina. — Amanhã vou dar um jeito em você, você vai ver! - gritou o geniozinho enfezado. Depois disso, pulou de cabeça na cigarreira, levantando uma nuvem que fez todos espirrarem. Na manhã seguinte, o menino tirou os soldadinhos de chumbo da caixa, recolheu aquele de uma perna só, que estava caído atrás da cigarreira, e os arrumou perto da janela. O soldadinho de uma perna só, como de costume, era o último da fila. De repente, a janela se abriu, batendo fortemente as venezianas. Teria sido o vento, ou o geniozinho maldoso? E o pobre soldadinho caiu de cabeça na rua. O menino viu quando o brinquedo caiu pela janela e foi correndo procurá-lo na rua. Mas não o encontrou. Logo se consolou: afinal, tinha ainda os outros soldadinhos, e todos com duas pernas. Para piorar a situação, caiu um verdadeiro temporal. Quando a tempestade foi cessando, e o céu limpou um pouco, chegaram dois moleques. Eles se divertiam, pisando com os pés descalços nas poças de água. Um deles viu o soldadinho de chumbo e exclamou: — Olhe! Um soldadinho! Será que alguém jogou fora porque ele está quebrado? — É, está um pouco amassado. Deve ter vindo com a enxurrada. — Não, ele está só um pouco sujo. — O que nós vamos fazer com um soldadinho só? Precisaríamos pelo menos meia dúzia, para organizar uma batalha. — Sabe de uma coisa? — Disse o primeiro garoto. —Vamos colocá-lo num barco e mandá-lo dar a volta ao mundo. E assim foi. Construíram um barquinho com uma folha de jornal, colocaram o soldadinho dentro dele e soltaram o barco para navegar na água que corria pela sarjeta. Apoiado em sua única perna, com o fuzil ao ombro, o soldadinho de chumbo procurava manter o equilíbrio. O barquinho dava saltos e esbarrões na água lamacenta, acompanhado pelos olhares dos dois moleques que, entusiasmados com a nova brincadeira, corriam pela calçada ao lado. Lá pelas tantas, o barquinho foi jogado para dentro de um bueiro e continuou seu caminho, agora subterrâneo, em uma imensa escuridão. Com o coração batendo fortemente, o soldadinho voltava todos seus pensamentos para a bailarina, que talvez nunca mais pudesse ver. De repente, viu chegar em sua direção um enorme rato de esgoto, olhos fosforescente e um horrível rabo fino e comprido, que foi logo perguntando: — Você tem autorização para navegar? Então? Ande, mostre-a logo, sem discutir. O soldadinho não respondeu, e o barquinho continuou seu incerto caminho, arrastado pela correnteza. Os gritos do rato do esgoto exigindo a autorização foram ficando cada vez mais distantes. Enfim, o soldadinho viu ao longe uma luz, e respirou aliviado; aquela viagem no escuro não o agradava nem um pouco. Mal sabia ele que, infelizmente, seus problemas não haviam acabado. A água do esgoto chegara a um rio, com um grande salto; rapidamente, as águas agitadas viraram o frágil barquinho de papel. O barquinho virou, e o soldadinho de chumbo afundou. Mal tinha chegado ao fundo, apareceu um enorme peixe que, abrindo a boca, engoliu-o. O soldadinho se viu novamente numa imensa escuridão, espremido no estômago do peixe. E não deixava de pensar em sua amada: “O que estará fazendo agora sua linda bailarina? Será que ainda se lembra de mim?”. E, se não fosse tão destemido, teria chorado lágrimas de chumbo, pois seu coração sofria de paixão. Passou-se muito tempo — quem poderia dizer quanto? E, de repente, a escuridão desapareceu e ele ouviu quando falavam: — Olhe! O soldadinho de chumbo que caiu da janela! Sabem o que aconteceu? O peixe havia sido fisgado por um pescador, levado ao mercado e vendido a uma cozinheira. E, por cúmulo da coincidência, não era qualquer cozinheira, mas sim a que trabalhava na casa do menino que ganhara o soldadinho no aniversário. Ao limpar o peixe, a cozinheira encontrara dentro dele o soldadinho, do qual se lembrava muito bem, por causa daquela única perna. Levou-o para o garotinho, que fez a maior festa ao revê-lo. Lavou-o com água e sabão, para tirar o fedor de peixe, e endireitou a ponta do fuzil, que amassara um pouco durante aquela aventura. Limpinho e lustroso, o soldadinho foi colocado sobre a mesma mesa em que estava antes de voar pela janela. Nada estava mudado. O castelo de papel, o pequeno bosque de árvores muito verdes, o lago reluzente feito de espelho. E, na porta do castelo, lá estava ela, a bailarina: sobre uma perna só, com os braços erguidos acima da cabeça, mais bela do que nunca. O soldadinho olhou para a bailarina, ainda mais apaixonado, ela olhou para ele, mas não trocaram palavra alguma. Ele desejava conversar, mas não ousava. Sentia-se feliz apenas por estar novamente perto dela e poder amá-la. Se pudesse, ele contaria toda sua aventura; com certeza a linda bailarina iria apreciar sua coragem. Quem sabe, até se casaria com ele…Enquanto o soldadinho pensava em tudo isso, o garotinho brincava tranqüilo com o pião. De repente como foi, como não foi — é caso de se pensar se o geniozinho ruim da cigarreira não metera seu nariz —, o garotinho agarrou o soldadinho de chumbo e atirou-o na lareira, onde o fogo ardia intensamente. O pobre soldadinho viu a luz intensa e sentiu um forte calor. A única perna estava amolecendo e a ponta do fuzil envergava para o lado. As belas cores do uniforme, o vermelho escarlate da túnica e o azul da calça perdiam suas tonalidades. O soldadinho lançou um último olhar para a bailarina, que retribuiu com silêncio e tristeza. Ele sentiu então que seu coração de chumbo começava a derreter — não só pelo calor, mas principalmente pelo amor que ardia nele. Naquele momento, a porta escancarou-se com violência, e uma rajada de vento fez voar a bailarina de papel diretamente para a lareira, bem junto ao soldadinho. Bastou uma labareda e ela desapareceu. O soldadinho também se dissolveu completamente. No dia seguinte. a arrumadeira, ao limpar a lareira, encontrou no meio das cinzas um pequenino coração de chumbo: era tudo que restara do soldadinho, fiel até o último instante ao seu grande amor. Da pequena bailarina de papel só restou a minúscula pedra azul da tiara, que antes brilhava em seus longos cabelos negros.

quarta-feira, dezembro 17, 2008

time...


to dando um tempo nos blogs. desculpem a ausencia. depois eu retorno. não se preocupem. quando eu me sentir melhor eu venho. logo escrevo d novo.

terça-feira, dezembro 16, 2008

As palmeiras

In the nights, when all sleep,
We trade ideas and fights.
You help me in deep
In many types…

domingo, dezembro 14, 2008

“Viver não dói”


Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.

Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais!!!

A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável. O sofrimento é opcional.

-carlos drummond de andrade, poeta
Quis colocar esse texto por ter me ajudado no atual momento. Queria compartilhar com o maximo de pessoas que conseguir.

Beatles, a primeira banda Vegan!

Ainda não postei nada sobre o vegetarianismo/veganismo, então ai vai essa informação! vlw!

(post dedicado aos animais, à saude dos homens, à natureza, à etica, razões pelas quais eu me tornei vegetariano)
MTV COM VCS:


Existem inúmeras celebridades que são vegetarianas e todo mundo já deve saber quais são.
Albert Einstein, Brigitte Bardot, Platão, Ghandi, Rita Lee, Leonardo da Vinci, Natalie Portman, Moby, Morrissey, Thom Yorke, Chris Martin e mais um monte que pode ser encontrado facilmente na internet, é só procurar no Google por “vegetarianos famosos”.
Mas, como eu estou numa fase Beatlemaníaca, e todos os Beatles são ou foram vegetarianos, resolvi falar de um em especial: Paul McCartney.
"Se os matadouros tivessem paredes de vidro, todos seriam vegetarianos. Nós nos sentimos melhores com nós mesmos e melhores com os animais, sabendo que nós não estamos contribuindo para o sofrimento deles." - Paul McCartney
Paul disse que se tornou vegetariano em uma pescaria. “Enquanto assistia ao peixe lutando para respirar, percebi que a vida dele é tão importante para ele quanto a minha é para mim."
Desde então, ele sempre aparece com declarações lembrando ao mundo a sua posição. Como no final do ano passado, quando disse que o jeito mais eficaz de combater o aquecimento global é se tornando vegetariano.
A sua primeira esposa foi a Linda McCartney, que, por sua vez, era mundialmente conhecida por ser uma ativista contra o abuso animal. Ela trabalhou no PETA (Pessoas Pelo Tratamento Ético dos Animais) e lançou livros de receitas vegetarianas.
Os dois tiveram vários filhos, dentre eles, Stella, estilista e também vegana. A marca que leva seu nome, inclusive, é uma das muitas que não utilizam animais em testes.
Onde eu quero chegar com tudo isso? É que o fato de ser vegetariano vai além do que se come. Há também a preocupação com o que vestir, consumir e agir.
No meio vegetariano, existe um pensamento de que uma pessoa só continuará vegetariana se o propósito dela for a compaixão para com os animais. Se você faz isso apenas pela sua saúde, é fato que não demorará muito tempo para voltar a comer carne.
E, já que esse post é uma homenagem aos Beatles, eu termino com um sonho de outro deles, o John:



You may say,
I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope some day
You'll join us
And the world will be as one


Memória a Jonh Lennon... The dreamer...

sábado, dezembro 13, 2008

Fita blue



fita blue

laçada, traçada, escolhida com cuidado

cartão colorido amassado
foi o resultado
de um coração rachado
que nem rosa encontrou


emmanuel henrique
13-12-08

sexta-feira, dezembro 12, 2008

Suspiro da alma [2]


Coisinha estranha chamada felicità…

Anjos brincado de esconder em minh’alma,
Belos querubins cantando pra minha calma.
Com a chuva batendo na janela fria
E não mais abatendo minha alegria.

A esperança tem honra de bater palma
A uma vida mansa que já se espalma,
Pondo o outrora no passado meio-dia
E indo viver a bela tarde do dia.

Sinos batem como em noite de natal
E espantam d’alma qualquer sombra mortal.
Outra vez o futuro brilha belamente!!!

Loucura possa parecer estar passando,
Porém o amanhã vai terminar mostrando
Minha completa felicidade somente…


Emmanuel Henrique Souza Rodrigues
12/12/08

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Suspiro da alma


Brincar de Menino

Sabe como era felicidade amigo meu?
Feliz idade era a infância…
Quando corria à chuva
Sem capa!!

Gostoso era correr, pisar na lama.
Depois subir na cama,
Levar surra da mãe,
Chorar baixinho…

Que tempos bons e que se revivem
Em cada um desses sons
Que escuto com o olhar.
E choro…
[teardrops]
[…]

Correr pela rua e brincar de palhaço
É o que faz agora este homem de aço
Que começa a viver
Agora pra sempre
Sempre eternamente…
Emmanuel Henrique Souza Rodrigues
11/12/08
23:47
(durante confidência com o Júnior)
[meu irmão gêmeo... rs

quinta-feira, dezembro 04, 2008

A verdade delirada em constante mutação



A “verdade” não é, conseqüentemente, algo que exista e que devamos encontrar e descobrir — mas algo que é preciso criar" - Nietzsche

Demorei um pouco a compreender esta frase. Mas depois de algum tempo, percebi o quanto ela é importante para pensarmos sobre a verdade, a realidade e o conhecimento.


Não há uma verdade no mundo que devamos procurar e que possamos descobrir. O que fazemos é inventar verdades para o mundo.


Porém, não é tão simples. A partir de tudo o que vimos, ouvimos, vivemos, experienciamos, lemos, aprendemos... criamos verdades para o mundo. Em seguida, podemos bombardear nossas próprias verdades com dúvidas e questões, verificar constantemente se são ou não compatíveis com a nossa atual configuração da Realidade. Verificar se as verdades que fantasiamos servem para explicar a Realidade que percebemos, incluindo todos os seus elementos, todas as informações que podemos ver.


Se sim, nossas verdades servem - por enquanto. Até que nossa realidade se reconfigure com novas percepções, informações e circunstâncias.


Se não, elas não servem e podem ser ampliadas, aperfeiçoadas ou simplesmente descartadas.Portanto, não é preciso acreditarmos em quaisquer verdades que sejam. Basta utilizá-las enquanto servem. Sem esquecer de submetê-las sempre ao questionamento e à dúvida.


Este processo me parece ser infinito. Afinal, só paramos quando acreditamos cegamente numa verdade, quando julgamos ter encontrado a "Verdade Absoluta" do mundo, esquecendo, assim, que a verdade, seja qual for, não foi "encontrada", mas inventada, delirada."


(do blog Mundo Filosófico -http://mundofilosofico.blogspot.com/)


Achei interessante compartilhar isso daqui com vocês. Um belo texto, sobre um assunto pertinente à existência. Se puderem dar uma passada no blog dele, dêem uma olhada nos comentários. Há um pequeno debate lá. Acho que aumentará. O Diogo tem alta capacidade de argumentação. Vale a pena conferir!!

Pálido ponto azul

Pálido ponto azul

Tentei colocar aqui também o texto do vídeo, mas não encontrei na net. Assistam todo. Vale a pena refletir sobre. Todos em orbita!!! =]

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Seja Gentil


Gentileza é...


deixar as praias limpas! Recolha, por gentileza, o lixo que você produzir.


recolher a sujeira que seu bichinho de estimação deixar na rua. Tenha certeza que, se pudesse, ele faria essa gentileza!




andar com bichinhos de estimação apenas no elevador de serviço. Sabe como é, bichanos não gostam de ser flagrados descendo para a farra no elevador social.


não deixar o seu bicho de estimação sozinho! Quando viajar, deixe seu amigo com algum conhecido ou hotel especializado.


deixar a faixa de pedestres livre para quem está a pé. Afinal, amanhã pode ser você quem precise atravessar a rua, não é mesmo?


não atravessar a rua no meio dos carros. Os automóveis não transitam pela calçada, concorda?
ceder passagem para ambulâncias, bombeiros e carros de polícia. Travar o caminho pode ser a diferença entre a vida e a morte para alguém.


desacelerar quando vir o sinal amarelo.


não estacionar em fila dupla. Além de um engarrafamento, você pode causar acidentes!
ceder a vez no trânsito. Este é um gesto que vai lhe custar apenas alguns segundos e faz toda a diferença para o próximo!


deixar o celular em vibracall em lugares públicos. Ninguém merece ficar ouvindo tons ou musiquinhas que não escolheu...


ser breve ao celular quando estiver acompanhado.


esperar a apresentação teatral acabar para atender ou falar ao celular. É gentil com o resto da platéia e sobretudo com os atores.


ocupar apenas o seu lugar em cinemas, teatros ou shows. Sua bolsa não vai se importar em ver a apresentação no seu colo, não é?


não apoiar os pés na poltrona da frente, mesmo que ela esteja vazia. Já pensou se você, ao se recostar, encontrasse uma sola de sapato?


falar baixo no restaurante. Além de inconveniente, é muito chato todos saberem os detalhes de sua conversa, não é?


fumar apenas em locais permitidos. Além de ser educado, agora é lei!


parar de fumar! Seu organismo agradeceria a você.


esperar todos terminarem de comer para acender seu cigarro.


evitar charutos, acendendo-os apenas em áreas reservadas. O cheiro deles incomoda mesmo os fumantes de cigarro.


mostrar aos seus filhos como é importante se comportar em um restaurante. Ser educado é ser gentil!


ter piedade do nariz alheio e não exagerar no perfume.


ceder a vez, ou o lugar, para idosos, gestantes e deficientes físicos. Nem precisava regulamentar esta cortesia, não é?


usar “bom dia”, “boa tarde”, “boa noite”, “obrigado”, “por favor”, “desculpe” e “com licença”.




Além de gentil, isto pode abrir uma série de portas para você.


não conversar em voz alta nos elevadores. Todo mundo escuta a sua conversa, e isto pode ser inconveniente, não acha?


não empurrar as pessoas para entrar ou sair dos trens ou metrô. Tenha calma que você chegará ao seu destino.


deixar um espaço à esquerda nas escadas para que os mais apressados possam passar. Respeite o ritmo de cada um!


esperar com paciência a sua vez de ser atendido, no banco, na loja etc...


tratar as pessoas como gostaria de ser tratado.(Gentileza enviada por Adriana Francisco da Silva - MG)


antes de tudo ter educação e respeitar o limite do outro.(Gentileza enviada por Regina Torres)


parar o carro e deixar os pedestres atravessarem a rua, em dias de chuva.(Gentileza enviada por Eliany Silva Ribeiro - ES)


sempre tratar a todos com respeito e educação.(Gentileza enviada por Anny Correa Ferraro - SP)


Pensar e fazer a melhoria da qualidade de vida da comunidade.(Gentileza enviada por Alexandre - RJ)




(Extraído de Gentileza.net)




O Profeta Gentileza foi um homem que apostava no humano. Apostava que podemos ser pessoas melhores ao sermos gente e tratarmos os outros como tal. Pesquisa sobre ele. Na wikipedia tem muita coisa sobre. Há até ongs que divulgam todo o trabalho dele.




Que trabalho ele fez? Ele deu o testemunho. Louco? "Louco por você e doido pra te salvar", disse ele certa vez. Seja gentil!! E lembre-se sempre que GENTILEZA GERA GENTILEZA!!!




Os moradores do Rio se deparam com seu testemunho nos muros. São verdadeiros testemunho de alegria e de esperança. Há que ser louco, há que ser profeta e poreta para acreditar nos homens. Seja Gentil!! =]

segunda-feira, dezembro 01, 2008

Loucura do Poeta


Uma das causas da felicidade é ser um pouco poeta. Não falo em versar, já que nem todos têm maestria. Falo sobre a forma de pensar, de agir e viver.


Aos poetas está reservada a contínua reflexão. Seus direitos são: ter um amor ou chorar a sua falta; falar em Deus ou citar os ateus; cantar de forma bonita a vida ou jogar o pessimismo na frente das pessoas.

O poeta é sensível. Consegue captar o que o outro está sentindo. Ser amigo também é poetar: cantar e viver a união em um tempo difícil para os relacionamentos sem se importar com o pensamento alheio.

Amar! Amar a tudo e a todos: missão de poeta. Citar a beleza das mulheres; amar a vida simplesmente por ela existir, seja ela fácil ou não; saber admirar o pôr do sol e ter vontade de acordar bem cedinho apenas para vê-lo nascer; gostar de sentir o vento em seu rosto e agradecer pela liberdade.

Também o poeta fala sobre o que falta no poema. Mostra as crianças famintas e o desemprego. Diz que mesmo se a situação for semelhante a uma verdadeira guerra urbana, ainda há uma luz que brilha e que nos faz seguir em frente.

Isso é o que está faltando no mundo: pessoas que tenham a loucura de ser poetas e de propagar seus pensamentos. Temos medo de ser feliz e de amar. Mas ainda há tempo para recomeçar e fazer um novo fim. O mundo espera por você...


2006
Emmanuel Henrique Souza Rodrigues

(escrevi em 2006, no primeiro semestre. Logo, eu escrevi aos 16 anos.)


Isso resume aquele meu primeiro contato com a poesia. Com a vida que a poesia nos tras. Foi o primeiro texto escrito com o coração. Meu primeiro grande texto. Demorou muito tempo para amadurecer, coisa de meses. Espero que gostem!

domingo, novembro 30, 2008

Tia Maria




Esse desenho achei parecido com ela. Não fisicamente, mas o jeito. Precisei postar isso aqui gente. Obrigado a todos os que se fizeram presentes nesse momento difícil. Desculpem os erros, a prolixidade. Escrevi rápido e sem muita revisão.


Vendo tia Maria dentro de seu eterno pequeno cubículo (me recuso a falar “caixão”. Prefiro esses eufemismos, ainda que pareçam humor negro.), lembrei de sua atitudes perante as coisas. O que guardarei dela será o riso. A risada dela vai permear sempre as lembranças.

Nos seus 94 anos de idade, tinha mais vitalidade que eu às vezes. Estava com alguma dificuldade de audição e locomoção. Ninguem é perfeito né? Não era mais nenhuma maratonista, mas estava viva. E a vida dela me invejava… e muito…

E aquela foi uma tarde péssima. Chegando lá a vi, deitada, imóvel. Pela primeira vez não disse “oi meu filho, tudo bem”, com um ímpar arrastado na voz, caracteristico dela. Pela primeira vez não me lembrou de minha primeira namorada, se referindo a ela como “sua noivinha”. Ela estava de olhos fechados. Nada do que eu fizesse ia fazer ela me abençoar novamente, como todas as vezes também fazia. Ela havia morrido.

Foi uma tarde péssima. Encontrei primos há muito não vistos. Consolei lágrimas que nunca havia comtemplado. Não tive lágrimas, mas só o costumeiro aperto no peito… As risadas também ocorreram. Momentos em que o filho mais velho dela, Luiz, na altura de seus 60 anos (eu acho) nos contava anedotas de cunho sexual, envolvendo seus irmãos. Passou tudo? Ledo engano. Pouco após sai o féretro da casa e vai para a igreja.

Foi uma caminhada péssima. Levando uma coroa de flores na frente de todos. Após cantos e orações, com a recomendação do corpo feita pelo padre, saímos para despedir-nos.

Foi uma coisa péssima. Chegamos no cemitério. Desce o ataúde. Batemos palma. Jogamos terra. Acabou. Acabou? Sim, acabou…

E o que ficou? A risada, como disse. Existe lembrança mais gostosa de alguém que uma risada? Não gargalhada, mas um riso baixo, porém facial e cheio de emoção.

E o que mais ficou em mim, da minha vida? Da existência dela ficou o riso. Mas e da minha? A certeza que a vida nem sentido precisa ter para ser vivida, mas apenas precisa disso mesmo, de riso. Levamos a vida a sério demais, e ela nunca vai nos levar a sério.

Por isso que reafirmo o que acreditava antes. Dou risada quando não pode, sento no chão mesmo tendo cadeira vazia, brinco com meus primos pequenos mesmo estando atrasado pro trabalho, dou tudo de mim, sem nada receber em troca.

No final das contas, percebo que tia Maria não só me abraçou, abençoou, abriu os olhos e me chamou de filho, mas também me deu a lição da minha vida nesta tarde. Ela me ensinou que devo viver. Ué, só isso? Sim, apenas isso… A tarde péssima se tornou sala de aula.

Ela com seus 94 anos me mostrou que com meus 19 tenho muito a fazer. E é melhor fazer bem, se quiser continuar verdadeiramente vivo. A “heroina”, como uma das filhas dela se referiu, pôde salvar-me, talvez não a vida, mas a existência.

Percebi que devo cada vez mais amar. Poque quem ama, quem ama de verdade, se torna eterno. Ela será sempre aquela velhinha simpática que gostava de conversar. Ainda está viva. Parece que ela nunca iria morrer. De fato não morreu. Ela estará sempre viva no amor que sinto por ela.

“Vai com os anjos, vai em paz…”


...tia Maria…


saudades…


Emmanuel Henrique Souza Rodrigues
30 de novembro de 2008

sábado, novembro 29, 2008

Ao anjo que acorda


à lucas nietzel, um exemplo de fênix. para este grande homem um poema, um soneto torto dos que eu faço. sem maestria, mas com sentimento.



Ao anjo que acorda

Dores invadiram a alma bela,
Então lhe doaram tudo aquilo…
Ele retorna para sua cela
Para depois voltar mais tranqüilo.

E este amigo a Deus apela
Para não poder dar nenhum cochilo
E assim ver o acordar daquela
Chama, ainda cheia de vacilo.

Prometeu: Nós nos veremos de novo!
E muito logo a luz clareou;
E nossa alegria deu um renovo.

O belo anjo a nós retornou:
E ele voltou, e ao sol se pôs…
É vencedor, hoje e sempre pois!!


Emmanuel Henrique Souza Rodrigues
30/11/2008

quarta-feira, novembro 26, 2008

Quase...



Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.


É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.


Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.


Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.


Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos “Bom dia”, quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.


A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.


Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.


Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.


O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.


Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.


Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.


De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.


Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.


Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.



Luiz Fernando Veríssimo

segunda-feira, novembro 17, 2008

Amigos


Há amigos que se vêem e que se vão
Outros que se chegam e se que se ficam…

...mesmo sendo virtuais...
...quais são mesmo os reais??

Emmanuel Henrique
17/10/2008


Às vezes o estilo da poesia vai mudar. Apelarei agora para a arte. Fazer poesia concreta. Aprendi com o Paulo Leminski.
Esse post é para os amigos. Todos, em especial o Lukas. A comunidade tem posts que mostram o porque, não preciso dizer aqui. Aos que não participam da comunidade, só tenho a dizer que encontramos pessoas muito especiais em nossa existência, às vezes até ao acaso. Como pode alguém ser longe e ficar perto, ou ser perto e ir pra dentro sem poder? Só o coração explica...
Vejam o vídeo tá?? é do MPB-4. Só conheço essa música... ¬¬" Mas vale a pena por todas. Ainda que não gostem do estilo, vejam a letra, logo abaixo.


- Salve!
- Como é que vai?
- Amigo, há quanto tempo!
- Um ano ou mais...
- Posso sentar um pouco?
- Faça o favor
- A vida é um dilema
- Nem sempre vale a pena...
- Pô...
- O que é que há?
- Rosa acabou comigo
- Meu Deus, por quê?
- Nem Deus sabe o motivo
- Deus é bom
- Mas não foi bom pra mim
- Todo amor um dia chega ao fim
- Triste
- É sempre assim
- Eu desejava um trago
- Garçom, mais dois
- Não sei quando eu lhe pago
- Se vê depois
- Estou desempregado
- Você está mais velho
- É
- Vida ruim
- Você está bem disposto
- Também sofri
- Mas não se vê no rosto
- Pode ser...
- Você foi mais feliz
- Dei mais sorte com a Beatriz
- Pois é
- Vivo bem
- Pra frente é que se anda
- Você se lembra dela?
- Não
- Lhe apresentei
- Minha memória é fogo!
- E o l'argent?
- Defendo algum no jogo
- E amanhã?
- Que bom se eu morresse!
- Prá quê, rapaz?
- Talvez Rosa sofresse
- Vá atrás!
- Na morte a gente esquece
- Mas no amor agente fica em paz
- Adeus
- Toma mais um
- Já amolei bastante
- De jeito algum!
- Muito obrigado, amigo
- Não tem de quê
- Por você ter me ouvido
- Amigo é prá essas coisas
- Tá...
- Tome um cabral
- Sua amizade basta
- Pode faltar
- O apreço não tem preço, eu vivo ao Deus dará.
Há amigos que se vêem e que se vão
Outros que se chegam e se que se ficam…



...mesmo sendo virtuais...

...quais são mesmo os reais??



Emmanuel Henrique

17/10/2008


às vezes o estilo da poesia vai mudar. Apelarei agora para a arte. Fazer poesia concreta. Aprendi com o Leminski. A culpa é dos curitibanos (sem ofensa tá, lukas e lu??)kkkkkk


Esse post é para os amigos. Todos. A comunidade tem posts que mostram o porque, não preciso dizer aqui. Aos que não participam da comunidade, só tenho a dizer que são a todos os queridos, os amados. Como pode alguém ser loge e ficar perto? Só o coração explica...


Vejam o vídeo tá??


terça-feira, novembro 11, 2008

À querida conterrânea




À querida conterrânea


Em toda parte procurava ela:
bibliotecas, sebos, livrarias.
No campo e na colina mais bela
não estava, e nem nas pradarias.

Fiquei preocupado sem achar aquela,
com a qual eu conversaria dias.
Escancarando de minh’alma a cela
e deixando-a livre a alegrias.

Depois de buscá-la em todo canto,
quedando-me pesaroso então lembrei
do lugar onde não há mais pranto.

Corri e, ao vê-la, com a alma afagada
pude sorrir e cantei, aos céus bradei:
“A encontrei na terra de Pasárgada”


Emmanuel Henrique


É um poema "imitação de soneto" que dedico à minha querida conterrânea. rsrs. Tudo surgiu de nossas conversas pelo msn e de nossa paixão pela poesia. Pasárgada, o local onde não há dor, não há mais nada de ruim, segundo Manuel Bandeira em sua obra.
Surpreendemos um ao outro com nossas semelhanças.
Além do que, queria sempre te lembrar que: DE PASÁRGADA VIEMOS!!! =]

segunda-feira, novembro 10, 2008

Brincar de fênix...




Mudança geral né gente?? Implodi td! Foi mudado o blog, o orkut, nick do msn, album do orkut, enfim... TD MUDOU!! Vi tudo aquilo que eu estava me tornando. Meu olhos de repente se abriram e sofri a metamofose de outrora. Não vai haver céus sem tempestade, talvez um dia até volte à forma antiga... Tenho aprendido porém a viver o presente, e é assim no presente que eu estou: Estranhamente contente... As cicatrizes ainda estão aqui, algumas feridas ainda abertas... Mas td mudou. Apenas vejo de um outro modo. Agora o Senhor Ressuscitou, a Fenix ressurgiu... É hora de brincar de Fenix!!!

quarta-feira, novembro 05, 2008

Smile


A simple smile can mean more than you can see...

terça-feira, novembro 04, 2008

Visita


Visitou-me e ficou sua presença…
Seu cheiro, melhor que qualquer odor,
Ficou em minha roupa na ausência.
Deixando-me a alma qual canteiro em flor.

Ela me enfeitiçou como sempre fez.
Embora não me tenha deixado chance
De tentar fazê-la feliz outra vez:
Tirou de mim esse alcance…

Por um instante de tudo esqueci.
Dor, ferida, cortes e da tristeza!
Seus olhos belos outra vez eu vi
E olhei de seu sorriso a beleza.

Mas ela se foi, tal quais as férias de janeiro,
Sabendo, porém, eu, que deixara um não…

Mas na minha roupa ficou seu cheiro.
E sua lembrança em meio à solidão…


Emmanuel Henrique

sexta-feira, outubro 31, 2008

eu só vegeto...

...não mais vivo...

Quem já teve, reza para não passar novamente pelo problema. Quem não teve, não tem idéia da confusão mental que comanda os neurônios no período da depressão. Alguns até comentam a doença como pura frescura. Será mesmo frescura? A vida não é fácil para ninguém. Parece pior ainda para o deprimido. Não adianta o sol lindo ultrapassando os limites da janela e dando bom dia, os olhos mal conseguem abrir. O gosto da boca é ruim, o telefone tocando incomoda, se não toca ninguém não ta nem ai pra vc o banho é quase obrigação, os pensamentos estão doentes. Vc quer morrer, seu corpo quer sumir e sua mente lamenta cada segundo. Por que isso tudo não acaba? Por que as pessoas não o deixam em paz? Felicidade? Que felicidade? Solidão total. Não adianta demonstrarem preocupação, amor, simpatia, vc quer mesmo desaparecer. Não sabe para onde, não sabe se do outro lado vai ter paz, deseja ir. Os caminhos, todos eles, são malcriados e parecem sem paciência.






de uma comu la do orkut...

quinta-feira, outubro 30, 2008

Quando os sinos tocam...



Quando eles tocam minha alma treme!
Sente vontade de levantar e de ir…
Mas é ai que ela lembra e teme
Que haja dor quando ela sair.

Trazem lembranças boas de outrora,
De quando a vida era colorida.
Lembram da ferida alma a aurora
E de quando não era escondida.

Hoje, porém meu canto será meu lugar,
Terei por companhia só velhos cortes.
Terei aqui por companheiros de lar
Outras almas que padecem mortes…
Emmanuel Henrique

quarta-feira, outubro 29, 2008

...perdão...




Pedir perdão não adiante né meu bem?
Ficaste tão ferida com minhas atitudes,
Flechas agudas transpassaram a quem
Me fez já tão belo outrora e agora ferido…

Corações rasgados não são tão belos.
Me explodem sentimentos já velhos
De contas que sangram sem motivo
E sem me dar o poder eletivo.

Alma minha, bem meu maior!
Por favor fica melhor para poder sorrir.
Quem sabe, e um dia, bem melhor
Poder andar sem poder cair…


A culpa é minha, só minha. Eu mesmo escolhi meus demonios.

segunda-feira, outubro 20, 2008

Never Liberty...




Never Liberty...

In my room I see myself in mirror.
I tried to be free forever,
But only that I obtained is in the floor,
The pain with the prison together.

My life is my own chain.
I wait that a day I can do a thing
That will make me free of the pain,
Me and more something.

Not be glad for my hearth fill!
Yes, I flied away,
But I’m in chains still
And can’t go in my way…

I’ll never be free darling…
No, I never will be…


-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x


Nunca Liberdade...

No meu quarto eu me olho no espelho.
Eu tentei ser livre para sempre,
Mass só o que eu consegui foi no chão
A dor juntamente com a prisão

Minha vida é minha própria cadeia
Eu espero que um dia eu possa fazer algo
Que me fará livre da dor
De mim e de algo mais

Não se alegre por meu coração cheio!
Sim, eu voei,
Mas estou nas correntes ainda
E não posso ir em meu caminho

Eu nunca serei livre meu bem...
Não, eu nunca o serei...


Desculpa os erros... Foi meu primeiro poema que não é em português.

sexta-feira, outubro 17, 2008

Porque me sinto só???


Noite das nuvens que passam,
Escuro dos bens que seguem
Pelo longo caminho e se acham
Sem ninho, com o que os perseguem.


Verdade que me deixa doroso,
Sofrendo a queixa do vazio n'alma
Noutro caminho mais tortuoso
Deixando-me sempre sem paz nem calma.


Nesta via muito de novo encontro:
Não antes conhecia a dor das cores
Azul, verde, vermelho, e pronto
Me sinto também a novos sabores.


A inércia e o vazio junto invade.
Eis um assunto que muito me dói
Pois neste ardor há triste verdade:
A dor da solidão vem e corroi...


Emmanuel Henrique

16/10/08


Sempre acho que meus textos nunca revela a profundidade que quero qndo venho a escrevê-los... mas tento. Falta somente prática para conseguir pôr tudo para fora. Esse daqui é uma confissão que fiz. Espero que gostem. Nda tem de grande qualidade, tem somente o fundamental: meus sentimentos. Há coisas que talvez só eu mesmo entenda o que eu quero dizer, mas se consegui traduzir mesmo o que sinto, vcs poderão tb sentir.

quinta-feira, outubro 16, 2008

Seja um idiota!




A idiotice é vital para a felicidade.


Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. Putz! A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins.


No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota! Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele.


Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto.


Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo,soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça?


hahahahahahahahaha!...


Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana? Quanto tempo faz que você não vai ao cinema?


É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí,o que elas farão se já não têm por que se desesperar?


Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não.


Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas... a realidade já é dura; piora se for densa.


Dura, densa, e bem ruim.


Brincar é legal. Entendeu?


Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço,não tomar chuva.


Pule corda! Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte.


Ser adulto não é perder os prazeres da vida - e esse é o único "não" realmente aceitável.


Teste a teoria. Uma semaninha, para começar. Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são:passageiras. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir...


Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração!


Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora?A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore,dance e viva intensamente antes que a cortina se feche!


Arnaldo Jabor


Retirado do blog da minha amiga Ana, que está entre os meus favoritos. Retirado com a devida autorização, claro. rsrsrsr

Vlw pelo texto ana!

=]

sábado, outubro 11, 2008

- Renato Russo -




Renato Júnior... Saudades...

Saudades de alguém que nunca vi, escutei pessoalmente ou pude conhecer, mas que me conhece como mais ninguém... Tenho saudades de canções que você nunca fez e de coisas que nunca falou. Saudades de não poder ter te conhecido... Não deu tempo. Foi covardia!! Foi covardia não esperar minha adolescência e juventude. Seria demais se assim tivesse sido... Mas não foi... Saudades...



Com influencia de alguns amigos on-line, como o Lucas, resolvi fazer esse blog para falar. Só isso: Falar. Não ia postar hoje, mas devido à data, 12 anos da morte do Renato, estou colocando esse pequeno texto que fiz depois de ver o especial da Globo ano passado, em setembro. Não escrevi muito, mas resumi meus sentimentos aqui. Pode não parecer, mas coloquei um monte de sentimento nele. Espero que tenha conseguido transmitir. Depois posto algo sobre mim.

Força sempre!